domingo, 13 de abril de 2008

Big Brother lidera 14º Ranking da Baixaria na TV

Por Ana Lúcia Bonfim
Pela 14º vez a campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” divulga o Ranking da Baixaria na TV. Novamente o Big Brother Brasil lidera o quadro dos cinco programas mais denunciados nos últimos seis meses. A campanha foi lançada em novembro de 2002 e já registrou um total de 32.874 denúncias. As reclamações foram analisadas pelo Comitê de Acompanhamento da Programação (CAP) formado por representantes das mais de 60 entidades que assessoram a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados na campanha.
Os programas campeões de denúncias foram o Big Brother Brasil 8, da (Rede Globo de TV), a novela Duas Caras (Rede Globo), o Programa do Jô (Rede Globo), o Pânico na TV (Rede TV) e o Super Pop (Rede TV). As reclamações foram motivadas pela exibição de diversas cenas de discriminação, apelo sexual, violência, vocabulário inadequado para o horário, exposição de pessoas ao ridículo e vulgarização das relações humanas.
A campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania”, tem como um de seus principais instrumentos de atuação a divulgação do ranking dos programas que receberam maior número de reclamações, fazendo assim ecoar a voz da opinião pública, que é decisiva para provocar mudanças na grade de programação das emissoras. A 14º sistematização dos programas mais denunciados está disponível no site: www.eticanatv.org.br .
Para o Prof. Dr. Edgard Rebouças, da Universidade Federal de Pernambuco, e militante da campanha, o ranking da baixaria na TV é apenas um dos instrumentos que a sociedade tem para exercer seu efetivo papel de acompanhamento da mídia. “É sempre bom lembrar que as emissoras de rádio e televisão são concessões públicas, sendo que boa parte delas passará por processo de renovação. Dessa forma, não basta usar o controle remoto para buscar ética e qualidade na programação, é preciso que os cidadãos utilizem seu direito de controle social e o primeiro passo para isso, é denunciar o que incomoda pelo 0800 619 619 ou pelo site da campanha contra a baixaria na TV", explica Rebouças.
A campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania apóia o respeito aos diferentes fusos horários de acordo com norma da Classificação Indicativa, do Ministério da Justiça, uma vez que esta também é uma forma de primar pelo respeito aos Direitos Humanos. De acordo com o Deputado Pedro Wilson (PT – GO), a Classificação Indicativa representa um avanço nas questões relacionadas à programação televisiva “É importante que haja liberdade de expressão, mas tudo com responsabilidade. A Classificação Indicativa é um avanço entre governo, sociedade e empresas na busca de uma programação televisiva consciente, responsável e que acima de tudo respeita os Direitos Humanos”, relata o deputado.
O Deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que recentemente assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, reafirmou o respaldo do colegiado parlamentar à campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” e elogiou a cooperação das entidades civis. Para o presidente da CDHM, defender a liberdade de expressão supõe atuar para que essa liberdade não seja usada para violar os direitos humanos. “A Comissão recebe e divulga as denúncias dos cidadãos indignados com os produtores que não medem conseqüências para aumentar audiência. Nosso papel é dar vazão a essas denúncias, até porque falta autocrítica às emissoras e faltam canais para a sociedade exercer seu direito de manifestação sobre a programação".

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Eduardo Guimarães : Como fazer oposição

Esta semana, Lula deu uma declaração sobre a qual a oposição parece que refletiu. O presidente disse que o PSDB e o DEM estão "sem rumo" e que levarão "uma sova" nas urnas. Hoje, a oposição anunciou que na próxima segunda-feira haverá uma "reunião de cúpula", comandada por FHC e por Bornhausen, que tentará "refinar" a estratégia oposicionista. Leia aqui esta execelente análise do Eduardo.

sábado, 5 de abril de 2008

Mais um ataque do grupo Liberal

Por Lúcio Flávio Pinto em 1/4/2008

Reproduzido do Jornal Pessoal nº 414, 1ª quinzena de abril/2008

Os desafetos do grupo Liberal não têm descanso: sempre que podem, os veículos de comunicação da empresa os vergastam. O reitor da Universidade Federal do Pará, Alex Fiúza de Mello, tornou-se um dos alvos permanentes da corporação pelo simples fato de se ter solidarizado comigo, quando da agressão que sofri, e aceitado ser testemunha num dos processos que Ronaldo e Romulo Maiorana Jr. instauraram contra mim, na vã tentativa de inverter os pólos da ação (eu, de vítima da agressão, passaria a réu das ofensas morais).
Nos ataques, o grupo Liberal não se deixa sensibilizar pela circunstância de que o professor concursado, doutor em ciência política, dirige a maior instituição de ensino superior do estado e da Amazônia, a segunda do país em número de alunos. Na obsessão de investir pessoalmente contra a pessoa que ousou não se sujeitar aos caprichos dos Maiorana, o grupo ofende a instituição acadêmica. Foi o que se repetiu na edição de O Liberal de domingo (23/3).
A Fadesp, fundação de pesquisa vinculada à UFPA, foi para a manchete do jornal, acusada de malversação de recursos, com base em denúncias feitas pela presidente da associação dos docentes, a Adufpa, Vera Jacob. Aparentando cumprir sua obrigação de ouvir a outra parte, o jornal publicou a contestação do presidente da fundação, João Guerreiro. Mas no pé da matéria, sem inclusão na manchete, que trombeteou apenas a acusação, dando-lhe a maior parte do espaço, justamente a mais nobre.
Motivo oculto
Na análise do dito e do contradito, fica claro que as acusações, de contratação sem licitação e outras irregularidades mais, não se sustentam, não estão provadas. Era preciso buscar novas provas, tarefa à qual O Liberal não se sujeitou. Preferiu simplesmente anexar a defesa, em tamanho menor e sem destaque, ao ataque, privilegiado pela edição, que o incorporou. O leitor que vá atrás da verdade, se quiser.
A reitoria da UFPA reagiu no dia seguinte com uma nota oficial, na qual ressalta o que qualquer leitor medianamente preparado terá concluído: de que, mais uma vez, a reportagem foi apenas um pretexto para que o desafeto do grupo Liberal pague pelo que fez, não o que está dito na matéria, mas o que está oculto nos propósitos da empresa, que ela escamoteia do distinto público: sua vingança. A nota não foi publicada pelo jornal, que albergou longa carta da assessoria de imprensa da Adufpa, retificando grande parte das informações atribuídas por O Liberal à presidente da entidade. A entrevista de Vera Jacob, sobre tão grave assunto, foi dada por telefone. A esse tipo de contato se limitou a reportagem do jornal.
Certamente há o que denunciar e criticar tanto na UFPA quanto na Fadesp. Mas quando o propósito verdadeiro está oculto, tudo o mais passa a ser secundário, circunstancial. Inclusive a verdade. Que só aparece nos veículos do grupo Liberal como propaganda – enganosa, é claro.
Humor
O jornalista Raymundo Mário Sobral morreu. Não na vida real, felizmente, para alívio dos seus muitos amigos e admiradores. Mas para o registro do grupo Liberal, no qual trabalhou por bastante tempo, no Amazônia. Como certamente tinha expectativa de manter uma relação profissional com o jornal número dois da corporação, Sobral se frustrou nessa experiência, compulsoriamente risonha e franca, e passou para o rival, o Diário do Pará, onde agora publica sua coluna de humor e amenidades.
A atitude é normal e rotineira em qualquer setor. Mas é encarada como pecaminosa na antiga casa. A pena para esse cometimento é a morte em vida, decretada sumariamente, sem apelo. Provavelmente por isso, matérias divulgadas nos veículos do grupo Liberal sobre o Salão de Humor da Amazônia omitiram a informação de que Sobral, agora um herege, é um dos dois homenageados no evento, junto com o médico Camilo Vianna.
Na página na qual uma longa matéria suprimiu o nome de Sobral, O Liberal abrigou uma bem posta crítica de Paulo Emmanuel à fraca presença de artistas paraenses nessa mostra, iniciada em 25/3: apenas três, num total de 92 que foram selecionados, 30 do Brasil e 62 do exterior. Os cartunistas e humoristas locais costumam ser acomodados e até relapsos, o que talvez explique a baixa participação. Cabia aos organizadores, porém, vencer a inércia e o relaxamento dos nossos artistas e buscá-los à base do arreio curto. A qualidade de alguns deles, especialmente ao enfrentar o tema do salão, fazia por merecer essa iniciativa. Sua ausência é tão evidente que provocou a reação de um de Paulo. Justa.